"Dagon", por H.P. Lovecraft
- Soneca

- 11 de ago. de 2020
- 2 min de leitura

Dentre os diversos contos e histórias que o ilustríssimo Lovecraft, o mestre do horror e fantasia concebeu, trago "Dagon" escrito em 1917 e publicado em 1919.
Sob uma tensão mental considerável, um pacato conferente de carga, antes a bordo de um navio mercantil que foi ceifado por um de guerra alemão, nos escreve o que viu, uma experiência que lhe fez desejar incessantemente o esquecimento ou morte.
Durante o início da grande guerra, em algum canto do pacífico, após fugir de seus capturadores alemães numa pequena embarcação com mantimentos, ele se vê a deriva no azul interminável do mar, os detalhes nunca saberemos, mas, durante seu perturbado, porém, continuo sono, de alguma forma, ele havia sido tragado por um obscuro e pegajoso lamaçal, que se fazia presente até onde a vista podia alcançar. Em meio a um cheiro temível de carcaças de peixe a sua volta, avistou seu pequeno barco encalhado, na qual se aproximou e usou como sombra para se proteger do sol, logo, prosseguiu, e colocou-se a ruminar por várias horas, o que lhe havia ocorrido durante a noite em que dormia sobre as pequenas e serenas ondas.
Na terceira manhã, o solo estava seco o bastante para se caminhar sem dificuldades, apoiado em sua coragem colocou-se a andar a oeste, direção esta onde existia uma distante colina ao fundo. Numa noite, decidiu deliberadamente, pelo fato de a perturbação do sol ser inexistente, dar tudo de si e alcançar o topo da colina. As encostas de um vale, dominados por uma escuridão enorme, que a lua ainda não teve oportunidade de iluminar, isto é tudo que, ao atingir seu objetivo, ele consegue observar e discernir.
Ao descer, uma enorme e única estrutura de pedra bruta com estranhos símbolos gravados captura sua atenção, o que aquilo estaria fazendo ali ? quem haveria desenhado os bizarros hieróglifos de seres com escamas e aparências de peixe, entretanto com andar de bípedes ?
Foi então, em um canal próximo, que ele viu, a coisa deslizou para fora das águas escuras e lamacentas, era enorme e repulsiva e em disparada como uma criatura que lhe persegue num pesadelo, se direcionou ao monólito, atirou seus gigantescos e escamosos braços em volta da estrutura, inclinou a sua cabeça assustadora e manifestou alguns sons cadenciados. Foi então onde a mente de nosso conferente de carga enlouqueceu...

Lovecraft sempre me fascinou com seus contos e criaturas grotescas, nunca resisto ao impulso de pegar e folhear qualquer obra do autor quando caminho por uma livraria, hoje em dia, se encontra com fama mundial, tendo seus terrores rastejantes em diversos conteúdos da cultura pop, se tornou símbolo de referência, entretanto não teve um início de carreira gratificante e veio a falecer na pobreza e no anonimato.
Escrevi resumidamente e não inteiramente sobre a obra de nome "Dagon", uma de minhas favoritas, na qual sem dúvida, vale o tempo de qualquer leitor.

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